Artigo discute benefícios da ginástica laboral
As atividades físicas realizadas no ambiente de trabalho além de gerar benefícios para o corpo podem também contribuir para a capacidade de concentração e memória? Esse é o questionamento que levou à realização de um estudo apresentado no artigo Influência da ginástica laboral no desempenho cognitivo de trabalhadores. A publicação foi feita recentemente pela Revista Brasileira de Medicina do Trabalho.
O estudo teve início a partir do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da estudante do curso de Educação Física do Centro de Ciências da Saúde (CCS/UFRN), Débora Nayara Félix, que atuava no Projeto Viver em Harmonia e pesquisava sobre qualidade de vida no trabalho dos servidores da UFRN. O TCC foi orientado pelo professor Daniel Machado, do Departamento de Educação Física (DEF/CCS), e resultou nessa publicação científica que também contou com a participação de integrantes de outras instituições.
O artigo avalia a influência do exercício no local de trabalho, especificamente a ginástica laboral (GL), sobre o desempenho cognitivo de trabalhadores de setores administrativos da UFRN. De acordo com o professor Daniel Machado, “a pesquisa foi exploratória. Nós tentamos verificar se os servidores que participavam das aulas de ginástica laboral apresentavam melhor desempenho cognitivo comparado aos servidores que não participavam das aulas. Essa pergunta se baseava no fato de que estudos anteriores mostraram que tanto uma única sessão de exercício físico, quanto um treinamento ao longo de semanas/meses, resulta em benefícios cognitivos”.
As avaliações foram realizadas em um grupo de servidores da UFRN que participavam do Programa Viver em Harmonia e faziam GL (atividades de alongamento, duas/três vezes por semana, por 10-15 minutos/dia) e um grupo de servidores que não participavam da GL. Após três meses, o desempenho cognitivo foi avaliado nos dois grupos, utilizando-se dois testes que avaliam a concentração e a memória.
Embora o estudo revele que não houve diferenças significativas no desempenho cognitivo entre os dois grupos de trabalhadores, o que fazia GL e o que não fazia, o professor Daniel Machado assinala: “a ginástica laboral normalmente envolve atividades de alongamento, que são atividades de muito baixa intensidade. Além disso, as sessões tinham duração de apenas 15 minutos. Assim, esse tipo de treino pode ser insuficiente para gerar um estímulo necessário para melhora do desempenho cognitivo”. Contudo, “isso não significa que a ginástica laboral não gere benefícios. Existem estudos que avaliaram outros aspectos como dores nas costas e no ombro, sintomas depressivos, qualidade de vida, autoestima e mostraram melhoras com a ginástica laboral”, concluiu.
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[Marcone Maffezzolli - Jornalista - CCS/UFRN]
maffezzolli.ufrn@gmail.com